Presidente dos EUA participa de cerimônia de abertura do primeiro museu nacional dedicado à história e à cultura negras, próximo à Casa Branca. Espaço pode ajudar a entender protestos no país, diz.
O presidente dos EUA,
Barack Obama, declarou aberto neste sábado (24/09) o Museu Nacional de História
e Cultura Afro-Americana, em Washington.
O primeiro presidente
negro do país, acompanhado da primeira-dama, Michelle Obama, cortou uma faixa e
tocou um sino de uma igreja afro-americana histórica para inaugurar o espaço de
400 mil metros quadrados, diante de milhares de espectadores.
"Além da
majestade do edifício, o que faz desta ocasião tão especial é a ampla história
que ele contém", disse Obama na cerimônia, que contou com a presença de
famosos como Stevie Wonder e Oprah Winfrey. "A história afro-americana não
é separada de alguma maneira da nossa história americana como um todo [...] Ela
é central para a história americana", declarou o presidente.
O museu é o primeiro a
documentar as desconfortáveis verdades da opressão sistemática do país aos
negros. "É justamente a partir desse desconforto que aprendemos, crescemos
e aproveitamos o nosso poder coletivo para tornar esta nação mais
perfeita", disse Obama.
O museu abre num
momento em que as tensões raciais estão elevadas no
Obama: "A história afro-americana é central para a
história americana"
país, que vive uma onda de
protestos após as mortes de homens negros pela polícia, em Charlotte, na
Carolina do Norte, e em Tulsa,
em Oklahoma.
Obama disse que o
museu sozinho não pode resolver os problemas raciais no país, mas "fornece
um contexto para o debate dos nossos tempos". "Talvez ele possa
ajudar um visitante branco a entender a dor e a raiva dos manifestantes em
locais como Ferguson e Charlotte."
A ideia do museu
nasceu em 1915, quando veteranos da guerra civil americana buscavam uma maneira
de homenagear a experiência dos afro-americanos no conflito. A construção foi
finalmente aprovada numa lei assinada pelo ex-presidente George W. Bush em
2003. O prédio cor de cobre tem uma localização privilegiada, próxima à Casa
Branca e ao Monumento de Washington, e abriga 34 mil objetos, tendo sido quase
a metade deles doados.
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