AFP / Karam Al Masri Pai de uma menina cujo corpo foi encontrado nos escombros de um prédio após um bombardeio do Exército sírio contra o bairro de Al-Shaar, em Aleppo
O Exército sírio
conseguiu nesta terça-feira tomar o controle de um bairro rebelde do centro de
Aleppo, Farafira, após dias de intensos bombardeios aéreos que deixaram dezenas
de mortos e causaram indignação nos países ocidentais.
Ao meio-dia local, o
exército sírio tomou o controle do bairro de Farafira.
"O exército tomou
completamente o controle do bairro Farafira, a noroeste da cidade de Aleppo,
depois de neutralizar vários terroristas, e as unidades do Corpo de Engenheiros
estão desminando o bairro", indicou à AFP uma fonte militar.
O governo utiliza o
termo "terrorista" para designar todos os grupos que pegaram em armas
contra Damasco, sejam rebeldes ou extremistas.
O Observatório Sírio
de Direitos Humanos (OSDH) confirmou o avanço, e destacou que o exército havia
conseguido se mobilizar em "alguns edifícios" no pequeno "bairro
de Farafira".
Esse setor está
situado na "linha de frente" que separa desde 2012 a parte oriental
da cidade, controlada pelos rebeldes, da parte ocidental, que continua nas mãos
do governo.
O exército sírio
lançou desde quinta-feira uma forte ofensiva com o intenso apoio de seu grande
aliado, Moscou.
"Esta operação é
realizada no âmbito das operações militares que foram anunciadas (na
quinta-feira), que inclui um componente aéreo e outro terrestre, com a
utilização da artilharia", acrescentou o militar sírio.
Desde o término da trégua,
a aviação síria e russa multiplicaram os bombardeios contra os bairros nas mãos
dos rebeldes, provocando a morte de ao menos 150 pessoas, a maior parte delas
civis, denunciou o OSDH.
Nesta terça-feira, o
número de bombardeios foi muito menor que nos dias anteriores, mas a atividade
aumentou durante a tarde, informou o correspondente da AFP.
O OSDH contabilizou 11
mortos.
Entre as vítimas há
uma menina de cinco anos cujo corpo foi descoberto preso entre os escombros de
um edifício, segundo constatado pelos jornalistas.
Quando conseguiram
retirá-la, seu pai a pegou em seus braços e disse: "Só está dormindo, ela
está dormindo".
Um homem que estava ao
lado continuava sem achar sua família e olhava para as ruínas atordoado.
Os países ocidentais
continuaram denunciando, nesta terça-feira, a potente ofensiva lançada pelo
governo após o fracasso da trégua, que durou apenas uma semana.
"Os espantosos
ataques de Aleppo são moralmente inaceitáveis e uma violação flagrante do
direito internacional", considerou o chefe da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, à margem de uma reunião de ministros
da Defesa da União Europeia em Bratislava.
A chanceler Angela
Merkel disse que a violência em Aleppo havia chegado a um nível totalmente
inaceitável e que é responsabilidade do governo de Bashar al-Assad e da Rússia
garantir que a ajuda humanitária chegue à cidade.
Fonte:
Deixe o seu comentário clicando no balãozinho no topo da postagem próximo ao titulo.
0 Comentários