AFP/Arquivos / FREDERICK FLORIN (Arquivo) Snowden está há três anos em Moscou por ter vazado milhares de documentos que trouxeram à tona o sistema de vigilância mundial dos Estados Unidos
A Anistia Internacional, a
Human Rights Watch (HRW) e a União Americana para Liberdades Civis (ACLU)
lançaram, nesta quarta (14), uma campanha internacional para pressionar Barack
Obama a conceder o perdão ao ex-agente de Inteligência Edward Snowden, ainda
que a posição da Casa Branca seja a mesma: deve voltar ao país para ser
julgado.
"Sua atitude colocou
vidas americanas em perigo. Deve voltar aos Estados Unidos para responder às
acusações, das quais é objeto", alegou o porta-voz da Presidência, Josh
Earnest, reafirmando a posição do governo Obama desde o início do caso.
Questionado recentemente
sobre um eventual perdão presidencial para o ex-agente, Earnest destacou que
Snowden, atualmente refugiado na Rússia, não foi condenado e, por isso, a
possibilidade não era cabível.
O principal objetivo da
campanha que começa nos últimos meses do mandato de Obama é que "o
presidente reflita sobre a marca que deixará na História" e possa
"tomar difíceis decisões".
Uma petição no
pardonsnowden.org já foi assinada por conhecidos advogados e personalidades,
como o escritor Joyce Oates e o ator Martin Sheen.
"Lançaremos uma ampla
campanha de assinaturas em todo o mundo para conseguir que personalidades e
organizações de primeiro escalão se unam ao nosso pedido para que o presidente
Obama conceda o perdão", afirmou o advogado de Snowden, Ben Wizner, que é
membro da ACLU, à revista Vice Motherboard.
A AFP contatou a Anistia
Internacional em Londres, que não comentou a informação.
Essa iniciativa pretende
aproveitar a estreia de um filme do diretor Oliver Stone sobre Snowden, de 33
anos, que se encontra há três refugiado na Rússia. O ex-analista teme ser preso
em seu país por ter vazado milhares de documentos que trouxeram à tona o
sistema de vigilância mundial dos Estados Unidos.
As possibilidades de um
indulto a Snowden parecem pouco prováveis. O ex-assessor da Agência de
Segurança Nacional (NSA, em inglês) pode ser condenado a até 30 anos de prisão
nos Estados Unidos por espionagem.
Edward Snowden
"deveria retornar aos Estados Unidos para ser julgado por seus
companheiros, e não se esconder atrás de um regime autoritário. Por enquanto,
está fugindo das consequências de seus atos", afirmou Lisa Monaco,
assessora de Obama.
O diretor-executivo da
ACLU, Anthony Romero, disse hoje (14) estar convencido de que o governo pode
mudar de posição com a reação da opinião pública e a assinatura em massa da
petição promovidas por essas ONGs.
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