AFP / KARAM AL-MASRI Um menino sírio espera atendimento médico após um ataque aéreo, em Aleppo, no dia 24 de setembro de 2016
Os bombardeios russos e sírios em Aleppo têm sido
intitulados de crimes de guerra pelo suposto uso de armamento sofisticado com
efeitos devastadores em áreas urbanas.
Não se sabe exatamente que bombas estão caindo na
cidade, mas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, citou testemunhas que falam
de bombas incendiárias e anti-bunker, assim como bombas de fragmentação e as
chamadas de barril, anteriormente usadas na Síria.
Quais bombas foram usadas?
- Anti-bunker: assim chamadas por sua capacidade de
penetrar alvos blindados ou a grande profundidade, como instalações militares
subterrâneas.
- Bombas incendiárias: usadas para começar
incêndios, incluem substâncias como o napalm e o fósforo branco que pode causar
grandes queimaduras.
As bombas termobáricas ou de vácuo, que estouram em
dois tempos, espalham primeiro um aerossol inflamável em instalações
subterrâneas e depois inflamam a substância criando uma cortina de fogo que
queima tudo a sua volta.
- Bombas de fragmentação: armas proibidas que
espalham inúmeras submunições por uma área extensa.
- Bombas-barril: fabricadas com sucata e
substâncias explosivas que são colocadas em barris e costumam ser lançadas de
helicópteros.
Por que seriam polêmicas em Aleppo?
"O uso de armas em conflitos armados é
regulado pela lei internacional humanitária, que proíbe usá-las diretamente
contra civis e proíbe os ataques indiscriminados e desproporcionados",
disse Hannah Brice, do instituto de análise Chatham House.
"O problema com muitas bombas que estão sendo
usadas na Síria e em Aleppo é seu uso em zonas residenciais com uma alta
população civil".
"Entretanto", acrescentou, "o tema é
complicado quando os alvos militares estão em zonas civis".
Brice citou um relatório da organização Action on
Armed Violence, que afirma que quando explosivos são usados em zonas
residenciais, 92% das vítimas são civis.
Além disso, destroem infraestruturas essenciais,
como centros de saúde e de abastecimento de energia e água.
Ben Goodlad, principal analista de armamento no IHS
Jane's, disse: "tanto as bombas antibunker como as de vácuo são concebidas
para serem usadas contra objetivos blindados, difíceis".
"O alto conteúdo de explosivos e os efeitos da
deflagração dessas munições teriam consequências devastadoras em zonas urbanas,
como danos colaterais invetiváveis", acrescentou.
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