AFP / TORU YAMANAKA Imperador Akihito e imperatriz Michiko em cerimônia em 15 de agosto de 2015 em Tóquio
O imperador
Akihito destacou nesta segunda-feira os "profundos arrependimentos"
pelo passado guerreiro do Japão, no aniversário de 71 anos da rendição
incondicional do país, que colocou fim à Segunda Guerra Mundial.
"Ao
olhar para nosso próprio passado e sentindo profundo arrependimento, desejo que
nunca mais se repitam os estragos da guerra", disse o imperador, cujo pai,
Hirohito, foi o encarregado de anunciar a rendição dias depois dos bombardeios
atômicos contra Hiroshima e Nagasaki.
Desde que
ascendeu ao trono, em 1989, Akihito personificou o Japão pacifista e respeitoso
da Constituição de 1947, imposta pelos vencedores, na qual o imperador perdeu
seu caráter divino.
Durante seu
reinado, o imperador percorreu os países nos quais foram registradas atrocidades
por parte das tropas imperiais japonesas de ocupação na Segunda Guerra para
compartilhar a sua dor com as populações afetadas.
No ano
passado, aos 70 anos da rendição japonesa, ele expressou, pela primeira vez, o
"profundo arrependimento" pelos acontecimentos da Segunda Guerra
Mundial.
A mensagem
deste ano ocorreu dias depois de o soberano dar a entender que deseja uma
modificação do quadro legal para lhe permitir abdicar em favor de seu filho,
Narihito, e transferir a ele suas funções - apenas honorárias - como
"símbolo da nação".
"Devemos
agir para não repetir nunca mais os horrores da guerra. Devemos manter o
compromisso firme de contribuir para a paz e a estabilidade", declarou,
por sua vez, o primeiro-ministro do Japão, o nacionalista Shinzo Abe, criticado
pelos pacifistas por sua ambição de modificar a Constituição, cujo artigo 9
estipula a renúncia do país à guerra como meio de solucionar as divergências
internacionais.
Por sua vez,
as ministras do Interior e dos Jogos Olímpicos, assim como 70 parlamentares e
outras personalidades, visitaram nesta segunda-feira o santuário patriótico de
Yasukuni, em Tóquio, em homenagem às vítimas do conflito, o que pode provocar
novamente a revolta da China e da Coreia do Sul.
Este lugar
de culto sintoísta lembra 2,5 milhões de mortos pelo país, entre eles 14
japoneses que os aliados condenaram como criminosos de guerra após o fim do
conflito.
A expansão
militar do Japão entre 1910 e 1945 segue tensionando as relações diplomáticas
com seus vizinhos asiáticos.
Nesta
segunda-feira, a presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, convocou relações
orientadas para o futuro entre seu país e o Japão.
"Devemos
redefinir as relações com o Japão para forjar laços orientados para o
futuro", disse a presidente em um discurso televisionado em Seul.
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