Apesar da negativa de Obama, o embaixador da
Turquia nos EUA, Serdar Kiliç, se recusou a descartar a possibilidade de
envolvimento do país no golpe.
Em conversa com o presidente da Turquia nesta
terça-feira (19), Obama prometeu ajudá-lo na investigação sobre o golpe.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
pediu para que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, preserve as liberdades
civis e democráticas durante a investigação sobre a tentativa de golpe militar
na semana passada. Enquanto isso, o embaixador da Turquia nos EUA pediu pelo
"benefício da dúvida", ao passo em que seu país resolve o que ele
chamou de "o pior revés da história de sua democracia".
Em seus primeiros comentários públicos sobre o
golpe, Obama negou qualquer envolvimento de seu país ou conhecimento antecipado
sobre o episódio, e alertou que os rumores do contrário coloca em risco os
americanos no exterior e tensiona as relações entre os dois países.
"Qualquer relato de que tivemos algum
conhecimento prévio da tentativa de golpe, de que tivemos envolvimento, de que
fomos qualquer coisa senão apoiadores da democracia turca é completamente
falso", disse Obama. "Nós condenamos o golpe".
No entanto, o embaixador da Turquia nos EUA, Serdar
Kiliç, se recusou a descartar a possibilidade de envolvimento de Washington no
golpe, quando questionado sobre essas alegações em uma coletiva de imprensa
nesta sexta-feira (22).
"Eu espero que não", disse Kiliç.
"Dadas as relações na aliança entre a Turquia e os EUA, eu espero que esse
não seja o caso", completou. Quando questionado sobre as preocupações de
que Erdogan estaria usando o golpe fracassado como um pretexto para reprimir
duramente a oposição, o embaixador disse que as pessoas não deveriam tirar
conclusões precipitadas.
"Faz apenas uma semana que a democracia turca
sofreu seu maior revés, o pior revés na história de nossa democracia até
agora", disse. "Então nos dê o benefício da dúvida", completou.
Por Estadão Conteúdo
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