Homem
responsável pela morte de três polícias era um ex-militar e tinha
publicado vários vídeos em que denunciava a opressão contra a
comunidade afro-americana nos EUA.
Um dia depois da mortede cinco polícias durante uma manifestação em Dalas, a 7 de Julho, Long publicou um vídeo no YouTube em que elogiava a acção dos atiradores — “Isto é justiça”. Sob o pseudónimo “Cosmo Setepenra”, foram publicados vários vídeos, fotografias e textos em que eram denunciadas injustiças contra as minorias raciais norte-americanas.
Segundo os investigadores, Gavin Long era de Kansas City, no Missouri, mas ainda não foi possível reconstituir os seus passos até à tarde de domingo, dia em que celebrou 29 anos. A polícia foi alertada para a presença de um homem “na posse de uma espingarda”, que terá começado a atirar sobre os agentes policiais assim que os viu. Depois de matar três polícias, Long acabou por ser abatido.
Num vídeo publicado a 10 de Julho, Long disse ter viajado para Dalas, poucos dias depois do homicídio dos cinco polícias. “É preciso atacá-los de volta, é a única forma de fazer um bruto parar.”
Um primo de Long disse que nunca lhe ouviu qualquer comentário de apoio a movimentos nacionalistas negros e, em declarações sob anonimato ao Washington Post, descreveu-o como “muito inteligente” e disse que “adorava fazer coisas pelas pessoas”.
As suas denúncias não se cingiam aos abusos contra a comunidade negra. Num outro vídeo, Long referiu-se aos índios nativos americanos e advertiu para a sua possível extinção “pelas mesmas pessoas que lideram este país”. “A minha pergunta para vocês, apenas algo para pensarem: em que altura se deveriam eles ter erguido?”
Nos vídeos, Long nega pertencer a qualquer grupo, apesar de se descrever como um ex-membro da Nação do Islão, um movimento político-religioso de defesa dos direitos dos negros nos EUA. “Eles vão tentar pôr-te junto do ISIS [acrónimo em inglês do autoproclamado Estado Islâmico] ou de outro grupo terrorista qualquer. Não, eu sou filiado no espírito da justiça. Nada mais.”
A Liga Anti-Difamação, que estuda o extremismo nos EUA, disse não ter encontrado qualquer ligação directa entre Long e grupos radicais, segundo o Washington Post.
Se, por um lado, parece haver uma motivação política para a acção de Gavin Long, por outro, os vídeos mostram indícios de um discurso incoerente e, em alguns momentos, paranóico. Há exemplos em que o ex-fuzileiro aparece a acusar “árabes e indianos” de explorarem as comunidades afro-americanas.
Em mensagens em fóruns na Internet, Long queixava-se de ser vigiado pelo Governo e por grandes multinacionais e aconselhou outros utilizadores a usarem câmaras na roupa para denunciarem a vigilância a que estavam sujeitos. “Vamos denunciar o vosso envolvimento e classificar as vossas más performances e jogos na Internet”, disse Long, dirigindo-se às empresas tecnológicas.
Entre 2005 e 2010, Long esteve nos Fuzileiros norte-americanos, período durante o qual esteve destacado alguns meses no Iraque, onde não teve experiência de combate, de acordo com o Exército. Em 2009, casou-se. Divorciou-se dois anos depois.
Baton Rouge, capital do estado do Luisiana, tem estado na mira de manifestantes contra a brutalidade policial, depois de Arlon Sterling, um homem negro de 37 anos, ter sido abatido pelapolícia quando estava à porta de uma loja de conveniência a vender CD.
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