PÚBLICO
Missão da União Africana diz que mantém o controlo do complexo militar, mas não revela número de baixas do ataque das Al-Shabab.
O grupo terrorista das Al-Shabab disse ter morto 43 soldados etíopes durante um ataque esta quinta-feira a uma base militar na Somália. Responsáveis da missão da União Africana no país garantiram que mantêm o controlo da base.
O atentado terá sido realizado com um carro armadilhado que forçou a entrada no complexo militar. Um comando de homens armados invadiu a base em seguida e trocou tiros com os soldados. Habitantes de Halgan, a cidade mais próxima da base das forças da missão da União Africana na Somália (Amisom), disseram à Reuters terem ouvido uma grande explosão a que se seguiu uma troca de tiros, um pouco antes do amanhecer.
“Os nossos combatentes entraram na base de Halgan da Amisom (…) Matámos 43 soldados etíopes da UA durante o combate”, disse à Reuters o porta-voz das operações armadas das Al-Shabab, Sheikh Abdiasis Abu Musab. “Vários” membros das milícias também foram mortos, disse o responsável, apesar de não ter revelado o número de baixas.
Um porta-voz da Amisom confirmou que houve “uma tentativa de ataque” à base de Halgan, na região central da Somália, cerca de 300 quilómetros a norte da capital Mogadíscio. A missão da União Africana manteve o controlo da base, garantiu o responsável, citado pela Al-Jazira.
A Amisom tem como política deixar para os países que contribuem com os contingentes militares revelar o número de baixas. Noutras ocasiões, nota a Reuters, os números dados pelas Al-Shabab foram superiores à contabilização real.
O ataque desta quinta-feira foi muito semelhante ao que ocorreu em Janeiro numa base da UA operada por tropas quenianas. As milícias disseram na altura que mataram mais de cem soldados.
As Al-Shabab, que têm como objectivo último controlar a Somália para impor a sua interpretação extrema da lei islâmica, perderam em 2011 a capital e vários bastiões. Continuam, porém, a exercer influência em zonas rurais no Sul do país. A estratégia que tem sido seguida nos últimos anos passa pela realização de ataques contra alvos militares, com destaque para as bases da Amisom, que conta com 22 mil homens na Somália.
A missão da União Africana tem conseguido algumas vitórias no terreno, ao longo dos últimos nove anos. Mas a violência e o caos permanecem e, mesmo enfraquecidas, as Al-Shabab continuam a deter poder. “A força militar não é suficiente”, observa o especialista em segurança no Corno de África, Abdullah Boru, citado pela BBC. São necessários esforços para “ganhar a [confiança da] população somali” ou corre-se o risco de "esta luta se tornar contraproducente”, acrescenta.
O grande receio é de que a instabilidade na Somália alastre aos países vizinhos, com destaque para o Quénia que já tem sido palco de ataques do grupo terrorista.
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