Milícias leais ao governo reconhecido pela ONU reconquistam Sirte, no poder dos extremistas há um ano. Estado falido, país virou terreno fértil para proliferação de jihadistas.
Forças leais ao governo de unidade líbio, que tem o apoio da União Europeia e da ONU, conseguiram neste sábado (11/06) uma vitória importante ao expulsarem o "Estado Islâmico" de Sirte, cidade portuária onde nasceu o ditador Muamar Kadafi e onde os extremistas estavam instalados havia um ano.
A ofensiva era preparada há mais de um mês e deixou pelo menos 11 soldados da aliança mortos e outros 30 feridos. As milícias terrestres, cuja maioria dos soldados procede da cidade vizinha de Misrata, contaram com o apoio de aviões e helicópteros de combate, que bombardearam várias posições dos jihadistas.
A tomada da cidade foi, segundo observadores, relativamente fácil: grande parte dos jihadistas teria fugido para o deserto nos arredores, abrindo caminho para entrada das forças líbias. O movimento pode esconder uma estratégia, e não se descarta uma contraofensiva do "Estado Islâmico".
A Líbia é considerada um Estado falido, vítima do caos e da guerra civil, desde que a comunidade internacional decidiu apoiar a revolta rebelde em 2011 e contribuiu militarmente para a queda do regime de Kadafi.
O país tem, na atualidade, três governos: um em Trípoli, que a ONU considera rebelde; outro em Tobruk, que é reconhecido por vários países, e um terceiro, chamado de união nacional, que nenhum dos outros dois reconhece e que tem o respaldo da ONU e da UE. Foram as forças deste último que retomaram Sirte neste sábado.
Grupos radicais como o "Estado Islâmico" tiraram proveito do conflito, e, em apenas um ano, avançaram de seu bastião em Derna, no oeste, rumo às cidades de Benghazi, a segunda em importância do país, e a própria Sirte, no norte.
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