
REUTERS/RUBEN SPRICH
Decisão das
autoridades de educação contraria escola. Alunos não queriam tocar nos docentes
do sexo oposto
A religião
não é desculpa para recusar cumprimentar um professor, decidiram as autoridades
regionais suíças, indo contra a posição de uma escola que decidira abrir a
exceção para dois alunos muçulmanos, dispensando-os de apertar a mão à
professora porque a sua crença os proíbe de tocar no sexo oposto.
O
departamento de educação do cantão de Basileia decidiu ainda instituir multas
até 5000 francos suíços (cerca de 4500 euros) para os pais ou encarregados de
educação dos estudantes que recusem apertar a mão a um professor: "um
docente tem o direito de exigir um aperto de mão", informaram em
comunicado, citado pela agência France Presse.
A decisão
vem no seguimento da controvérsia gerada após uma escola naquele cantão, no
município de Therwil, ter decidido dispensar dois irmãos muçulmanos, de 14 e 15
anos, de cumprimentar a professora, depois de ambos se terem queixado de que ao
fazê-lo estavam a ir contra as suas crenças religiosas: argumentavam que o
Islão não permite contacto físico com uma pessoa do sexo oposto, com exceção
dos membros do círculo familiar mais próximo.
Para evitar
discriminar as professoras do sexo feminino, a escola decidiu então que os
alunos estavam dispensados de cumprimentar os docentes de ambos os sexos. Esta
posição, tomada de forma independente e sem consultar as autoridades regionais
de educação, foi altamente contestada em todo o país, onde a tradição de
cumprimentar os professores com um aperto de mão é antiga e considerada sinal
de respeito. "O interesse público no que diz respeito à igualdade de
género, assim como a integração dos estrangeiros, é mais importante do que a
liberdade de crença dos estudantes", refere o comunicado das autoridades,
que acrescenta que se os dois estudantes que estiveram na origem da
controvérsia continuarem a recusar cumprimentar a professora ficarão sujeitos
às coimas agora definidas.
Estima-se
que na Suíça, com uma população de oito milhões de pessoas, cerca de 350 mil
dos habitantes sejam muçulmanos. Antes da polémica relacionada com o aperto de
mão aos professores, outras famílias de religião islâmica já tinham exigido que
as filhas fossem dispensadas das aulas de natação, mas acabaram por ser
multadas.
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