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Além do público maior, as manifestações deste 13 de março acertam o governo, já debilitado, às vésperas da retomada do processo de impeachment



LEANDRO LOYOLA


As manifestações pelo país neste 13 de março só pioram a situação do governo da presidente Dilma Rousseff. Durante a semana, o Palácio do Planalto, aliados e oposição diziam que o futuro de Dilma dependeria da intensidade dos protestos. Pois, após os protestos, o diagnóstico é ruim para o Palácio do Planalto. A Operação Lava Jato, a economia em frangalhos e o Congresso sem controle são os três adversários para os quais o governo sabe que está perdendo. Hoje, foi lembrado que perde também nas ruas. Em outras palavras, o governo é fustigado pela lei, atravessa uma situação econômica dramática, não tem apoio político e, hoje, foi lembrado que a parte da população que o rejeita é significativa e faz barulho. Pior de tudo, a gritaria chega no início da semana em que o processo de impeachment será retomado na Câmara. Momento mais delicado, impossível. 
Números não são fundamentais, mas ajudam a entender e dimensionar o drama. Uma multidão foi à Avenida Paulista. De acordo com o Datafolha, cerca de 500 mil pessoas se manifestaram contra o governo na cidade de São Paulo neste domingo. A Polícia Militar diz que o público foi de 1,4 milhão. Pelo cálculo do instituto, e mais do que o dobro do registrado há um ano, quando 210 mil pessoas também se reuniram na avenida Paulista. Mais relevante é a evolução dos protestos. Depois de março, em três outras oportunidades em abril, agosto e dezembro, o público dos protestos foi declinante. Neste domingo a insatisfação renasceu. Houve também uma uniformidade. Pessoas em 24 estados, mais o Distrito Federal, dedicaram parte de seu domingo a se manifestar contra o governo.
Manifestação na Paulista, 13 de março. (Foto: Ricardo Nogueira/ Epoca)











Uma agravante é que, há um ano, os protestos eram dirigidos contra toda a classe política. Neste domingo, o foco era o impeachment de Dilma. Após aderir à causa com empenho, políticos da oposição foram tolerados nas ruas em São Paulo e em Brasília. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o presidente do PSDB, Aécio Neves, circularam por cerca de meia hora na avenida Paulista. É claro que, quando foram hostilizados por algumas pessoas, saíram rápido. Mas Alckmin, um governador de estado, se sentiu à vontade para ir à rua contra a presidente da República. Aécio, que no ano passado preferiu assistir a um protesto da sacada de seu apartamento no Rio, hoje teve coragem de caminhar na multidão em São Paulo e em Belo Horizonte. Algo, portanto, mudou a favor da oposição e contra o governo. Sobraram também aplausos para o juiz Sérgio Moro e a Polícia Federal, uma maneira indireta de bater no governo.
Apanhar nas ruas neste domingo foi mais doído para o governo que no ano passado. O desgaste acumulado nos últimos doze meses é incomparável. Quando as pessoas protestaram no início de 2015, o governo Dilma ainda vendia a esperança de uma crise que seria superada. A Operação Lava Jato ainda estava na Petrobras. Impeachment era conversa entre dois ou três deputados radicais em jatinhos. Os protestos deste domingo atingem um organismo cansado e deteriorado por um ano de crise econômica acachapante, enfraquecido por evidências de corrupção levantadas sem clemência pela Lava Jato e ameaçado por um processo de impeachment da presidente em andamento no Legislativo. Não há a quem recorrer. Em 2015, o ex-presidente Lula poderia ajudar Dilma; em 2016, depois de uma condução coercitiva da PF e de um acumulado de suspeitas levantadas pela Lava Jato, Lula está ele mesmo em busca de ajuda. O PMDB, principal aliado, abandona Dilma devagar, ao mesmo tempo que acelera o impeachment na Câmara. Sem protestos, a situação do governo Dilma já seria terrível; com os protestos, é difícil imaginar uma situação pior.


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