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POR MATEUS COUTINHO


Conselho Federal da principal entidade da advocacia no País pediu ao juiz Sérgio Moro para compartilhar os detalhes da 23ª fase da Lava Jato que levou João Santana à prisão
O marqueteiro João Santana e Mônica Moura em Curitiba. FOTO:   REUTERS/Rodolfo Buhrer
O marqueteiro João Santana e Mônica Moura em Curitiba. FOTO: REUTERS/Rodolfo Buhrer
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil pediu ao juiz Sérgio Moro acesso às investigações da 23ª fase da Lava Jato, chamada Acarajé e que levou à prisão o marqueteiro das campanhas de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014)João Santana, para analisar a viabilidade do impeachment da presidente, que está em pauta na Câmara dos Deputados desde o ano passado.
A iniciativa do conselheiro Erick Venâncio Lima do Nascimento faz parte dos trabalhos da comissão interna criada pela entidade em outubro do ano passado para analisar as possibilidades de afastamento de Dilma do ponto de vista jurídico. Em novembro de 2015 o colegiado decidiu, por três votos a dois, recomendar ao Conselho Federal da Ordem que não endosasse o pedido de afastamento da presidente com base na reprovação das contas do governo federal em 2014 pelo Tribunal de Contas da União.
Depois do parecer e diante da nova etapa da Lava Jato, a comissão interna decidiu dar continuidade aos trabalhos e pediu informações ao juiz federal responsável pela operação no Paraná. Deflagrada na segunda-feira, 22, a Acarajé levou para a prisão João Santana e sua mulher e sócia Mônica Moura pelo fato de o casal ter recebido ao menos US$ 7,5 milhões em uma conta não declarada no exterior entre 2012 e 2014. O rastreamento do dinheiro mostrou que parte dos repasses foram feitos pela empreiteira Odebrecht no exterior e parte pelo lobista Zwi Skornicki, apontado como operador de propinas no esquema de corrupção na estatal petrolífera.
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Inicialmente eles foram presos temporariamente por cinco dias, mas diante de novos elementos encontrados pelos investigadores o juiz Sérgio Moro decidiu prorrogar a prisão por mais cinco dias. Apesar das suspeitas de lavagem de dinheiro envolvendo o marqueteiro, as investigações da Lava Jato não apontam suspeitas sobre a campanha de Dilma.
João Santana e sua mulher admitiram que receberam recursos não declarados no exterior, mas afirmaram que os recursos não tinham relação com campanhas presidenciais no Brasil e sim com campanhas de políticos de países da America Latina onde eles atuaram.


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