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Segundo montadora alemã, 800 mil carros apresentam nível de emissões de CO2 superior ao declarado, o que pode lhe custar mais 2 bilhões de euros. Empresa diz que irregularidades são "inexplicáveis".
Motores 1.4, 1.6 e 2.0 emitem mais CO2 do que o certificado
Um dia após denúncias de autoridades americanas sobre fraudes em motores a diesel de modelos de luxo do grupo Volkswagen, a gigante automobilística alemã anunciou nesta terça-feira (03/11) que uma apuração interna detectou irregularidades "inexplicáveis" nas emissões de dióxido de carbono em 800 mil automóveis fabricados pela montadora, inclusive em modelos com motores movidos a gasolina.
Segundo a Volkswagen, uma auditoria interna em todos os procedimentos em motores a diesel mostrou que alguns modelos emitem mais CO2 do que o certificado e, dessa maneira, consomem mais combustível. O problema também teria sido identificado em, pelo menos, um modelo movido a gasolina.
A montadora estima que o problema pode lhe trazer um prejuízo de 2 bilhões de euros. A empresa, porém, ressaltou que ainda não é possível fazer uma "avaliação confiável" da escala da irregularidade.
Segundo um porta-voz da Volks, o problema foi detectado em motores 1.4, 1.6 e 2.0, das marcas VW, Skoda, Audi e Seat. Entre os modelos afetados estão o Polo, Golf, Passat e Audi A1 e A3.
O atual escândalo coloca em dúvida os resultados de teste de emissões de dióxido de carbono em veículos da montadora. E, pela primeira vez, motores a gasolina também apresentam irregularidades.
Em setembro, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) revelou uma fraude nos níveis de emissão de óxidos de nitrogênio em motores a diesel.
Investigação continua
A diretoria da Volks afirmou estar em contato com as autoridades reguladoras para falar sobre as consequências do novo escândalo. A montadora disse ainda que estar se esforçando para esclarecer o incidente o mais rápido possível.
"Desde o início, eu me dediquei para o esclarecimento completo e contundente. Para isso, não seremos detidos por nada e ninguém. Esse é um processo doloroso, mas não há alternativa para nós. Apenas a verdade conta. Esse é o pré-requisito para a reformulação básica que a Volkswagen necessita", afirmou o presidente da montadora, Matthias Müller, em um comunicado.
Em setembro, a Volkswagen admitiu ter vendido 11 milhões de veículos em todo o mundo que continham um software ilegal que adultera resultados de testes de emissão de gases tóxicos, sobretudo óxidos de nitrogênio,nos motores a diesel. A EPA constatou a fraude em modelos 2.0.
Na segunda-feira, a agência americana afirmou que a Volkswagen instalou o polêmico o software que adultera as emissões de poluentes também em motores a diesel 3.0, usado principalmente em modelos maiores e mais caros. De acordo com a EPA, quando estão na rua, as emissões de motores de 3.0 superavam em nove vezes os limites permitidos pela lei americana. A montadora negou as acusações.
O escândalo impactou diretamente nos lucros da montadora. Pela primeira vez em pelo menos 15 anos, a Volks teve um prejuízo trimestral. O déficit operacional registrado entre julho e setembro deste ano chegou a cerca de 3,5 bilhões de euros.
CN/dpa/rtr/afp
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