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Em mensagem interceptada pela PF, o empreiteiro acusou a presidente de não falar a verdade sobre obra em Cuba


O executivo Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, durante depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba, nesta terça-feira (01)
O executivo Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, durante depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba(Vagner Rosário/VEJA.com)
O empreiteiro Marcelo Odebrecht acusou a presidente Dilma Rousseff de mentir durante debate da eleição do ano passado, de acordo com mensagens de telefone celular interceptadas pela Polícia Federal.
Em debate com o então candidato do PSDB, Aécio Neves, Dilma afirmou que as garantias aos empréstimos do BNDES para a construção do Porto de Mariel, em Cuba, tinham sido fornecidas pela Odebrecht, responsável pela obra, e não pelo governo cubano. "Ela (Dilma) disse que as garantias são da empresa, e não do governo de Cuba. Ela está mentindo", diz a mensagem enviada a um executivo da empresa, Benedicto Barbosa da Silva Junior, e revelada pelo jornal o Globo.
A construção do Porto de Mariel foi um tema relevante na eleição do ano passado, porque o governo brasileiro emprestou 682 milhões de dólares do BNDES para a obra na ilha da ditadura castrista, mas todos os detalhes sobre ela são secretos. Um dos argumentos era justamente que não havia nenhuma garantia de que o governo cubano, que enfrenta dificuldades financeiras, poderia pagar o empréstimo. E, no caso de um calote, quem pagaria? Segundo Dilma disse no debate, a Odebrecht. De acordo com o próprio dono da empresa, ela mentiu.
Odebrecht está preso em Curitiba. Dilma não comentou o teor da mensagem.


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