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Carlos Fernando Lima afirma que “os reais responsáveis pela corrupção” serão revelados, mesmo com o fatiamento do caso

Por: Laryssa Borges, de Brasília


O procurador Carlos Fernando Santos Lima durante coletiva de imprensa em Curitiba (PR) que tratou das prisões relacionadas à 11ª fase da Operação Lava Jato - 14/05/2015
O procurador Carlos Fernando Santos Lima: perto do núcleo político do petrolão(Vagner Rosario/VEJA)
Depois de levar para a cadeia quatro ex-diretores da Petrobras e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso há 105 dias, procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato disseram nesta segunda-feira que estão perto de chegar às autoridades que realmente ordenaram que o esquema de cobrança de propina fosse montado em estatais brasileiras. A avaliação, compartilhada pelo procurador Carlos Fernando Lima, que atua nas investigações do petrolão em Curitiba, é a de que "os reais responsáveis pela corrupção geral" serão revelados mesmo que a Justiça retire da capital paranaense e do juiz Sergio Moro a condução dos processos que são desdobramentos do petrolão.
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O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o fatiamento da Operação Lava Jato em setembro, concluindo que Moro não deve necessariamente julgar as ações resultantes da investigação inicial sobre o esquema de corrupção na Petrobras. A decisão do STF abriu um precedente para todos os investigados na Lava Jato tentarem tirar seus casos das mãos de Moro, que conduz com mãos de ferro os processos do petrolão desde a descoberta do escândalo. Mais do que isso, o Supremo, na avaliação dos investigadores, deixou aberto o caminho para que se tornem mais difíceis apurações contra modernas organizações criminosas, que hoje se articulam de maneira sofisticada e com atuação nacional. Isso porque, há cerca de dois meses o tribunal não aceitou a tese do Ministério Público de que uma mesma quadrilha, possivelmente gestada na Casa Civil do governo do ex-presidente Lula, orquestrou o esquema do petrolão e espalhou tentáculos pela Petrobras, estatais do setor elétrico, usinas hidrelétricas e autarquias do Poder Executivo.
"A operação continua vigorosa. Tivemos que fazer uma parada técnica para analisar as decisões do Supremo. Entendemos que podemos aprofundar tanto a [investigação na] Petrobras que os reais responsáveis pela corrupção geral serão revelados mesmo que nosso campo de atuação se limite à Petrobras", disse o procurador Carlos Fernando Lima. "Creio que temos bastante indicativos, até mesmo por causa da prisão de José Dirceu, que já estamos bastante perto da real decisão de corrupção no país", completou.
O procurador, considerado o mentor da força-tarefa da Lava Jato, voltou a afirmar que, a exemplo do escândalo do mensalão, o bilionário esquema de fraudes na Petrobras era uma forma de cooptar aliados e garantir a perpetuação do PT no poder. "Estamos indo além da Petrobras. A Petrobras foi uma forma de alcançar o controle da base política. Isso está claro quando temos partidos envolvidos nessa corrupção. É a compra do apoio político. Isso se reflete em outras investigações, como no caso do mensalão. No final das contas vamos chegar ao núcleo político que comandou essas operações", declarou.

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