O Tsu é consciente da sua dependência de conteúdo e paga seus usuários pelos direitos sobre tudo que eles produzem, mas está longe de ser uma forma de enriquecimento rápido
O recente bloqueio do Facebook aos links do Tsu, rede social que promete pagar para o usuário pelo conteúdo que ele produz, deu destaque ao serviço lançado há dois anos e até então esquecido. Mas como ele funciona e por que o Facebook decidiu fazer isso?
Diariamente, milhões de pessoas no mundo todo utilizam o Facebook para divulgar suas ideias, opiniões e sentimentos. Bilhões de caracteres de textos são escritos por essas pessoas, além de fotos e vídeos que são criados e publicados pelos usuários. E é todo esse conteúdo, produzido sem nenhum custo para o Facebook, que mantém a rede social viva, pois atrai, principalmente, anunciantes.
É verdade que quando o usuário aceita os termos de uso da rede social – na maioria das vezes sem ler tudo o que ela propõe – ele abre mão dos seus direitos sobre aquele conteúdo. E tudo estava bem para Mark Zuckerberg. Até o Tsu colocar a pulga atrás da orelha e aparecer com uma nova lógica de negócio.
O Tsu não deve ser visto como uma rede social que apenas paga para seus usuários. Ele deve ser considerado um serviço que é consciente da sua dependência do conteúdo e que paga seus usuários pelos direitos que eles têm sobre tudo que produzem. Da mesma forma que faz o YouTube, por exemplo, que paga os produtores de vídeos que divulgam conteúdo na plataforma. Mas, assim como o YouTube, é preciso que os usuários tenham consciência de que o simples fato de produzirem conteúdo na rede social não garante, necessariamente, que eles vão ganhar dinheiro.
Grandes produtores de conteúdo, como o compositor Andrew Fromm, que já fez músicas para Selena Gomez, Backstreet Boys e N’Sync, já manifestaram ter uma boa relação com a nova rede social. Segunda a revista Fast Company, Fromm teria ganhado US$ 100, quase R$ 400, em três semanas no Tsu, enquanto teria recebido apenas US$ 18, cerca de R$ 70, pelo mesmo conteúdo em serviços de streaming, como o Spotify. Vale salientar que esse nível de remuneração é possível apenas para grandes influenciadores da internet, e que não deve ser usado como parâmetro para qualquer usuário.
Isso porque o Tsu não divulga a maneira como calcula o valor de um post e nem como é feita a distribuição do dinheiro para cada indivíduo que utiliza a rede social. Posts menores e mais cotidianos, por exemplo, acabam remunerando centavos de dólar, que demorariam anos para atingir o valor de US$ 100, que é o mínimo necessário para o usuário finalmente sacar o dinheiro gerado no Tsu.
Segundo informações divulgadas na seção de perguntas e respostas da rede social, além do produtor de conteúdo, amigos e familiares que interagirem com o post também ganham dinheiro, e esses valores variam de acordo com a “família de amigos” do usuário, que é definida pelo Tsu.
Oficialmente, 90% da renda gerada por anúncios no Tsu é revertida para os próprios usuários. E, em troca, a rede social pede apenas que o conteúdo seja publicado em primeiro lugar lá. Ainda não há como saber se esse modelo será suficiente para o Tsu manter seu negócio e a atenção dos usuários.
Tsu, diferente, mas nem tanto
Todo em inglês, o Tsu é bastante similar ao Facebook. O layout da rede social possui imagem de capa, linha do tempo ao centro, propagandas à direta e seções de mensagens e configurações à direita — nesse ponto, é importante ressaltar que, ao contrário da rede social de Zuckerberg, o Tsu dá bastante destaque às propagandas, que ocupam quase metade do espaço.
É na linha do tempo onde o usuário encontra todos os posts dos seus amigos e das páginas que segue. E em cada publicação, estão botões para curtir, comentar e compartilhar o conteúdo. No topo da linha do tempo, há também o campo de texto para o usuário criar suas postagens. Assim como no Facebook, o Tsu faz até a mesma pergunta para o usuário — “O que você está pensando?” — e é capaz de criar cartões de conteúdo quando o usuário adiciona um link ao seu post.
À esquerda da tela, é possível encontrar a seção “Popular” para ver as fotos e vídeos que estão sendo mais vistos no momento. Outra opção para encontrar perfis interessantes é a função “Discover User”, que traz uma lista de perfis verificados que podem ser seguidos, como no Twitter.
O serviço oferece uma ferramenta de análise, que ajuda o usuário a visualizar o número de vezes que uma publicação sua foi vista, curtida e quantos comentários ela teve.
Outra função, localizada à esquerda da tela é a seção “Bank”, na qual o usuário pode ver quanto de dinheiro ele já produziu no Tsu nos últimos dias e quanto ele possui armazenado para retirar. Além de poder sacar o dinheiro para si mesmo, o usuário também pode optar por doá-lo pelo Tsu ou até enviar para algum contato da rede social, para pagar uma dívida, por exemplo.
O Tsu também oferece um serviço de mensagens privadas, mas que ainda está longe de ser uma ferramenta de bate-papo dinâmica e completa como o Messenger, do Facebook.
Se a lógica do Tsu vai, de alguma forma, subverter o modelo do Facebook, só o tempo dirá. Ello, Tsu ou mesmo o Google, com o Google+, nenhuma delas foi capaz de ameaçar efetivamente a soberania da rede social de Mark Zuckerberg.
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