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Governo de Alexis Tsipras defendeu o 'não' mas acabou aceitando a ideia de colocar em prática algumas das medidas que havia criticado
Há apenas uma semana, o premiê grego, Alexis Tsipras, subiu em um palanque na praça Syntagma em Atenas. Com uma camisa de grife e mangas arregaçadas, ele deu um soco no ar.
"Eu convoco vocês a dizerem um grande 'não' para ultimatos, 'não' para 'chantagem'. Virem as costas para aqueles que aterrorizam vocês."
Milhares de pessoas o apoiaram. Os gregos seguiram sua liderança e o "não" venceu com 61%.
Uma semana depois, o primeiro-ministro grego assinou as mesmas medidas contra as quais tinha lutado. Taxações para empresas e sobre o consumo vão subir, privatizações serão realizadas e aposentadorias prematuras eliminadas.
Em um discurso tarde da noite no Parlamento, Tsipras comparou negociações com a guerra – onde batalhas são travadas e perdidas.
"É nosso dever nacional manter nosso povo vivo e na zona do euro", disse.
O velho ditado que diz que uma semana é muito tempo na política não poderia ser mais relevante. Mas mesmo para nós observadores, os últimos dias nos deixaram coçando a cabeça.

Elite europeia do norte

De que maneira o homem eleito para acabar com a austeridade e com o acordo de resgate acaba de candidatar o pais a um terceiro pacote de empréstimos e assinou algumas das medidas mais austeras em meses?
O verdadeiro Alexis Tsipras estará se revelando?
"Quando nós começamos cinco meses antes, foi muito difícil perceber como essa coisa que chamamos União Europeia iria se comportar", disse Dimitris Tsoukalas, secretário-geral do Ministério do Interior.
Ele suspira, folheando o documento com as medidas de reforma.
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Secretário disse que resultado do plebiscito deu poderes para Tsipras continuar a negociar
"Nós não conseguiríamos superar os banqueiros e a elite europeia do norte que tem poder absoluto nesse continente".
Mas eu pergunto se o plebiscito não foi uma completa perda de tempo, dinheiro e emoção?
"De modo algum", ele me responde. "Os líderes europeus não queriam Tsipras – queriam deixá-lo de lado. Mas nossa vitória no plebiscito foi um mandato para ele continuar a negociar."
"Isso foi uma questão de orgulho grego, de dizer 'não' para Schaeuble (o ministro das finanças alemão) e Juncker (presidente da Comissão Europeia), quando queríamos que votássemos sim".

Tsipras "um herói"

Eu pergunto se o exercício idiossincrático na democracia valeu a pena; ter bancos fechando, a Grécia de volta à recessão e Alexis Tsipras visto na Europa como a ovelha negra.
"Esse pode ser o caso para políticos europeus. Mas para uma grande parte das pessoas da Europa, Tsipras não é a ovelha negra – ele é um herói", disse.
Na verdade, as críticas ao premiê grego estão crescendo de ambos os lados: daqueles que o repreenderam por quebrar as promessas pré-eleitorais e não seguir o resultado do plebiscito.
E por outro lado daqueles que dizem que um acordo firmado há algumas semanas poderia ter evitado o pesadelo dos últimos 15 dias, com filas em caixas eletrônicos, negócios sangrando e a necessidade de medidas de austeridade ainda maior para restabelecer o equilíbrio.
"Em última análise o plebiscito ganhou tempo para o partido do governo", diz Nikos Dendias, um ex-ministro do partido opositor de centro-direita Nova Democracia.
"Lembre-se que o Syriza é um grupo dissidente ex-linha dura. Dez dias atrás, Tsipras não conseguiria um acordo por meio de seu próprio partido. Mas a demora fez uma grande diferença."
Alexis Tsipras está em uma sinuca: empurrado para um acordo com os credores ou abandonar o euro.
"O primeiro-ministro está vulnerável", diz Nikos Dendias. "A menos que ele consiga criar rapidamente crescimento e desenvolvimento, isso poderia arruinar seu governo entre 12 e 18 meses".
A Grécia foi encurralada; e os bancos ainda são o calcanhar de Aquiles. Se o governo tivesse abandonado o acordo, o Banco Central Europeu teria suspenso a ajuda nesta semana e a Grécia logo estaria imprimindo sua própria moeda.
Sim, Alexis Tsipras foi eleito prometendo reverter os cortes orçamentários. Mas ele também recebeu votos para manter a Grécia na zona do euro.
E essa é uma promessa que ele nunca poderia ter quebrado.

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