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Marco Rubio, que anunciou sua pré-candidatura (AFP)
Marco Rubio, que tem origem cubana, anunciou nesta terça sua pré-candidatura à Presidência dos EUA
A disputa pela candidatura republicana à Presidência ganhou mais um concorrente nesta segunda-feira, com o anúncio do senador da Flórida Marco Rubio como candidato, em Miami.
Filho de imigrantes cubanos, Rubio, 43, se promove como um candidato de nova geração, na tentativa de criar contraste com a democrata Hillary Clinton (que anunciou sua pré-candidatura no domingo) e o ex-governador da Flórida Jeb Bush, que também deve disputar a nomeação do Partido Republicano.
Rubio afirmou à emissora ABC News que se sente "totalmente" como o candidato mais qualificado, apesar da experiência de seus concorrentes. Durante o anúncio da candidatura, o senador disse que "a Casa Branca não é reservada só para os ricos e poderosos."
"Eu, como filho de um barman e de uma empregada doméstica, tenho a mesma chance de servir ao povo que aqueles privilegiados que vêm do poder", reiterou.
Mas será que um candidato de origem cubana será capaz de assegurar o voto latino nas eleições presidenciais de 2016?
Pela primeira vez na história, dois cubano-americanos estarão concorrendo pela nomeação republicana - além de Rubio, já anunciou a pré-candidatura o ultraconservador Ted Cruz.
O voto latino certamente será um dos grandes objetivos dos candidatos, em um país onde a lealdade étnica importa e muito.
Na eleição de 2012, cerca de 93% dos afro-americanos votaram em Barack Obama. Sem eles, talvez o presidente não tivesse ganho o segundo mandato.

Experiência latina

Mas Rubio e Cruz terão uma tarefa mais difícil se quiserem obter o voto latino em proporções semelhantes.
Sobretudo porque, nos EUA, a experiência latina não é única. E a dos cubanos é muito diferente em relação à de outros hispânicos, a ponto de muitos se perguntarem se o apelo cubano será suficiente para despertar a empatia do conjunto desse eleitorado.
"A maioria dos latinos nos EUA diz que há mais diferenças do que pontos em comum entre os hispânicos do país", diz à BBC Mundo Mark Hugo López, diretor de estudos hispânicos no centro de pesquisas Pew.
Segundo o Censo de 2010, há 50 milhões de hispânicos morando nos EUA, e a maioria é de ascendência mexicana (31 milhões - comunidade 18 vezes maior do que a cubana, de 1,7 milhão).
O segundo grupo mais numeroso é de origem porto-riquenha, com 4,6 milhões, seguida pela cubana.

A influência cubana

Mas, apesar de estarem em número menor, os cubanos têm tido uma influência notória no processo político americano, em parte por sua concentração geográfica na Flórida. Só na área metropolitana de Miami há quase 1 milhão de cubano-americanos, que criaram ali um forte bastião político.
Manifestantes pró-reforma migratória protestam contra Rubio em Miami, nesta segunda-feira: prova de que voto latino não é monolítico
Desde 1996, sem exceção, todos os prefeitos da cidade tinham origem cubana.
E, a partir de Miami, muitos se projetaram politicamente ao restante dos EUA: há oito cubano-americanos no Congresso - entre eles três dos cem senadores federais, apesar de a população cubana representar menos de 1% do total de habitantes do país.
Esse grupo populacional também foi moldado por uma história diferente: muitos chegaram aos EUA com status de refugiados do comunismo e receberam amparo estatal - ao contrário de outras nacionalidades.
"A recepção aos cubanos foi muito diferente da forma como os imigrantes americanos foram historicamente tratados no país - de desejados para trabalhos temporários, mas frequentemente sem receber um caminho à (obtenção da) cidadania", explica Julie Dowling, especialista em estudos latinos na Universidade de Illinois.
"Há pesquisas que mostram que essas histórias distintas levaram a agendas políticas distintas."
Mas Dowling ressalta que nem todos os cubanos ou todos os mexicanos compartilham entre si a mesma crença política.
"Por exemplo, entre os mexicano-americanos, dependendo da sua geração - se você é filho, neto ou bisneto de imigrantes -, ela pode influenciar fortemente em seu sentimento quanto aos temas migratórios", diz.

Aspirações

Mas isso não quer dizer que um candidato cubano não possa concentrar as aspirações de muitos latinos.
"Por vários anos, Marco Rubio, em termos gerais, não era tão bem conhecido entre os hispânicos, sobretudo fora da Flórida, e entre a comunidade mexicano-americana", explica López, do Pew.
"No entanto, em 2013, perguntamos aos hispânicos o nome de quem eles consideram o líder latino mais importante do momento, e descobrimos que Rubio estava em segundo lugar, superado apenas por (a juíza de origem porto-riquenha da Suprema Corte) Sonia Sotomayor", afirma.
O fato é que a comunidade cubana do país é vista como um exemplo de sucesso entre os latinos, política e economicamente.
Segundo o Pew, os cubanos tiveram mais educação do que a média dos latinos nos EUA: 24% deles têm diploma universitário, contra 13% dos demais latinos. E 57% deles têm casa própria, contra 47% dos demais.
Sua média de renda per capita também era, em 2010, US$ 5 mil/ano maior do que a média latina.

Raça

Ao mesmo tempo, há diferenças entre cubanos e outros hispânicos quanto à percepção racial de si próprios.
No Censo mais recente, 1,5 milhão de cubanos-americanos (ou 83% do total) se autodefiniam como brancos - porcentagem muito maior do que a maioria dos latinos dos EUA.
Entre as pessoas de origem mexicana, essa porcentagem é de 53%.
Ao se autodescrever, os latinos se identificam mais com sua origem nacional do que com o que podem ter em comum com os demais hispânicos do país.
Segundo López, 57% dos mexicanos e 63% dos cubanos nos EUA preferem se identificar como mexicanos antes que como latinos ou americanos.
Isso mostra como é difícil falar em unidade entre a comunidade latina, que se divide por barreiras internas de cultura, classe, raça e origem nacional.
Em contrapartida, a presença dos pré-candidatos cubanos na disputa pela nomeação do partido mostra até onde essa comunidade avançou.
Para milhões de latinos, será motivo de orgulho ver nomes em espanhol entre os aspirantes à Casa Branca - ainda que seja possível que nenhum deles receba o apoio monolítico dessas pessoas.

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