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Vanessa Ruiz
Do UOL, em São Paulo




  • AFP PHOTO / Miguel SCHINCARIOL

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Convidado pela organização do Tour da Taça para abrir a exposição da Copa do Mundo em São Paulo, o ex-jogador Rivellino, campeão mundial pela seleção brasileira em 1970, festejou a taça, mas reforçou o coro de críticas à organização do Copa do Mundo de 2014 no Brasil e ao posicionamento de Ronaldo também, depois das declarações do membro do COL (Comitê Organizador Local) sobre os problemas do país nos preparativos para o Mundial.

A constatação de Rivellino foi de que Ronaldo levou tempo demais para ficar com vergonha do Brasil: "Ele demorou, né? Eu também estou [com vergonha]. Ele devia ter falado antes, ou então ter tomado outra posição. Aí, ele vem publicamente declarar apoio a um candidato à presidência em um momento que não é por aí, o momento é de Copa do Mundo, depois cada um segue o seu caminho", criticou Rivellino.

Ronaldo provocou polêmica na última semana, em entrevista à agência Reuters, quando comentou os atrasos nas obras para a Copa do Mundo. O jogador disse sentir vergonha do Brasil. Dias depois, declarou apoio ao pré-candidato da oposição à Presidência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

"Eu me sinto envergonhado, porque é o meu país, o país que eu amo, e a gente não podia estar passando essa imagem para fora", afirmou Ronaldo, que disse ainda serem justas as reclamações que a Fifa faz sobre o Brasil. "E, de repente, chega aqui, é essa burocracia toda, uma confusão, um disse me disse. São os atrasos. É uma pena", completou o jogador.

Rivellino, por sua vez, explicou seus motivos para compartilhar da vergonha de Ronaldo apesar das críticas ao ex-atacante: "A única coisa que me entristece é que o Brasil perdeu o momento de mostrar sua cara, acho que devia ter pelo menos tudo pronto, de você entrar e falar: 'Meu Deus, que coisa linda que fizeram, que maravilha, brasileiro realmente sabe fazer as coisas!'".

"Todo o povo brasileiro está com o pé atrás, esperando para ver o que vai acontecer durante a Copa. Há um tempo [nas outras Copas], você via todo mundo de verde e amarelo, colorido, com bandeira e hoje você não vê. A gente não sabe [como vai ser] e isso é preocupante", disse Rivellino, que também está sentindo falta do "clima de Copa" que se esperava no país do futebol.

O tricampeão mundial expressou preocupação com as manifestações durante o evento: "Agora, qualquer manifestação está direcionada contra a Copa porque o mundo todo está olhando para ela. Tomara Deus que o Brasil possa ter um desempenho excelente dentro do campo para que o torcedores abracem a seleção brasileira".

Rivellino diz não ser contra as manifestações de modo algum, mas espera que elas "não atrapalhem o espetáculo", os jogos da Copa em si.

A exposição da taça da Copa em São Paulo começou nesta quinta-feira e vai até o próximo domingo, no Shopping Metrô Itaquera. A visitação é gratuita e vai das 9h às 21h. Depois de 150 mil quilômetros percorridos pelo mundo, a taça será finalmente devolvida à Fifa no dia 1° de junho.
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