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Deputado, que encabeça comissão sobre marketing multinível na Câmara, adere a negócio que promete R$ 2,5 mil por mês


O deputado Acelino Freitas (PRB/BA), o Popó, associou-se a um dos maiores divulgadores da Telexfree para promover um negócio que promete ganhos mensais de US$ 1.250, ou cerca de R$ 2,5 mil, a quem deixar o computador rodando um programa de produção de moedas virtuais – processo conhecido como mineração. Aqueles que trouxerem mais gente para a rede podem ganhar US$ 8,6 mil, ou R$ 17,6 mil num único mês.
Popó, que no ano passado reuniu assinaturas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre suspeitas de pirâmides financeiras, protagoniza um vídeo em que se cadastra à Paymony, um negócio de moedas virtuais.
A empresa tem sido promovida por Marcus França, que se tornou famoso pelo seu trabalho em favor da Telexfree, investigada no Brasil por suspeita de ser pirâmide financeira e alvo de autoridades dos Estados Unidos. Seus representantes sempre negaram irregularidades.


Reprodução
Imagem do cadastro de Acelino Freiras, o Popó, no Paymony, sistema de mineração de moedas que tem sido promovido por Marcus França

Uma foto de dezembro de 2012 mostra França com um cheque ilustrativo da Telexfree no valor de R$ 1,8 milhão. Em junho de 2013, ele divulgou um boleto de pagamento de R$ 1 milhão a título de "renovação do cadastro" na empresa. O site TelexFAST, que se apresenta como um canal para quem quer fazer anúncios da Telexfree – uma das formas de se ganhar dinheiro com o negócio bloqueado –, informa ser parte do "Grupo Marcus França". 
Foi na sede do grupo, e auxiliado por França, que Popó se cadastrou na Paymony, de acordo com o vídeo de divulgação. Ao iG, o deputado afirma que não pretende trabalhar no negócio e que apenas emprestou sua imagem de boxeador.
“Ele [Marcus França] falou que era uma moeda virtual, que você colocava um valor e eu teria de arranjar pessoas para entrar na rede ou deixar mineirando que eu ia ter um bônus”, diz Popó ao iG. “Eu estou usando a minha imagem de atleta e não de político, isso aí é uma troca e foi feita uma troca de imagens".
Uma legenda do vídeo, entretanto, informa que "o deputado federal Acelino Freitas – Popó, visita a sede do grupo Marcus França."
O parlamentar diz ter recebido, como remuneração pelo trabalho, a isenção no pagamento do cadastro no negócio, no valor de R$ 29,5 mil.
A reportagem enviou um e-mail e tentou contato por telefone com a Paymony, mas não obteve retorno. Marcus França disse que não comentaria o acerto com o ex-boxeador porque "o portal iG é conhecido por denegrir a imagem do marketing multinível no Brasil" e que processaria a reportagem se seu nome fosse citado sem autorização.
'É impossível', diz empresário de bitcoins
Segundo o site oficial, a Paymony é detida pela Andry, INC. uma empresa fundada em 2011 no estado americano da Flórida, e detida por dois cidadãos brasileiros.
Para entrar no negócio, é preciso pagar taxas que vão de US$ 50 (R$ 98,34) a US$ 15 mil (R$ 29,5 mil), diz França. No plano intermediário, o interessado investe US$ 1,5 mil (R$ 3 mil) e recebe US$ 1.250 por mês, segundo França. Caso atraia gente para a rede, os bônus podem chegar a US$ 9 mil (R$ 17,6 mil ) “num único mês”, afirma.
“Hoje daria uma média de US$ 1.250 por mês para você apenas deixar o seu computador seis horas apenas trabalhando todo dia”, diz o promotor, em vídeo divulgado na internet.
Presidente-executivo do Mercado Bitcoin, Rodrigo Batista diz ser "impossível" ganhar R$ 2,5 mil num único mês com mineração de bitcoin – a principal moeda virtual – em casa. 
"Se eu soubesse como fazer isso, jamais contaria a alguém", diz o empresário.
Batista explica que a forma mais eficiente produzir bitocoins, hoje, é um sistema de computação em nuvem do qual os interessados compram capacidade de mineração. Nesse modelo, seria necessário investir US$ 6,5 mil (R$ 12,7 mil) para extrair US$ 1.250 em moedas virtuais no mês de março.
No mesmo vídeo, França nega que a empresa dependa das taxas de adesão para se sustentar – o que caracterizaria uma pirâmide financeira.

Deputado foi premiado em evento com participantes da Telexfree
Popó é presidente, na Câmara, da comissão especial pela regulamentação do marketing multinível – um modelo de varejo legal que as empresas hoje acusadas de serem pirâmides financeiras no País afirmam praticar. 
Em fevereiro, o deputado tentou obter a aprovação para que uma “missão oficial” fosse enviada a um evento de marketing multinível em Madri, na Espanha, que premiou os responsáveis pela Telexfree. O pedido não chegou a ser analisado.
Um assessor de Popó, entretanto, participou do encontro, ocorrido neste mês, e recebeu uma honraria em nome do deputado, logo depois de Steve Labriola, diretor de marketing da Telexfree, e antes de Carlos Wanzeler, um dos donos do negócio. Segundo o parlamentar, as despesas foram pagas pelos organizadores do encontro, que também ficou conhecido como "Convenção Telexfree"
"Pode ser que ele [o assessor] tenha sido premiado porque a gente puxa essa bandeira do marketing multinível. Essas empresas são marketing multinível, até que a Justiça prove o contrário. E até hoje não provou nada", diz Popó.

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