Milicianos haviam expulsado cartéis de algumas cidades mexicanas
Milícias populares mexicanas que enfrentaram cartéis de drogas no estado de Michoacán (centro-oeste) concordaram em se unir às forças de segurança oficiais - após terem passado semanas fazendo justiça com as próprias mãos.
As milícias de "autodefesa" tomaram, recentemente, o controle de diversas cidades de Michoacán, na tentativa de expulsar o narcocartel Cavaleiros Templários da região.
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Na segunda-feira, o governo mexicano anunciou que os milicianos serão incorporados a unidades chamadas Corporações de Defesa Rurais.
Até então, os milicianos vinham entrando em confronto com tropas do governo enviadas ao estado para desarmá-los.
Os grupos de "autodefesa" acusavam o governo de inoperância em proteger a população dos cartéis, que extorquiam agricultores e comerciantes locais.
Ofensiva
Os milicianos lançaram sua ofensiva no início deste mês, aproximando-se da cidade de Apatzingán, um bastião dos Cavaleiros Templários.
O ministro do Interior, Miguel Ángel Osorio Chong, disse que as unidades rurais serão "temporárias" e ficarão "sob o controle de autoridades para cooperar com as tropas de segurança".
O enviado do governo a Michoacán, Alfredo Castillo, afirmou que o acordo marca um importante avanço na luta contra o crime.
"Este é o ponto de partida de uma nova dinâmica, em que trabalharemos juntos, os governos estadual e federal, com a sociedade civil", disse.
'Regularizar o status'
Um dos líderes das "autodefesas", Estanislao Beltrán, declarou que seu grupo tem interesse em agilizar o processo de integração.
"Vamos nos dedicar a regularizar nosso status, obter um status legal", afirmou.
Mas muitos outros grupos de milícias se recusaram a baixar as armas e prometeram continuar a luta contra os cartéis até que seus líderes sejam capturados.
Na segunda-feira, autoridades mexicanas anunciaram a prisão do líder dos Templários, Dionicio Loya Plancarte, conhecido como O Tio, cuja captura valia uma recompensa de 30 milhões de pesos (quase R$ 5 milhões). Ele é acusado de tráfico e lavagem de dinheiro.
O cartel, por sua vez, afirma que protege a população de Michoacán de gangues rivais e acusa as "autodefesas" de se aliar ao cartel Nova Geração, que tem como bastião o estado vizinho de Jalisco.
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