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roberto carlos

Um espectro ronda o fim de ano: o espectro do especial de Roberto Carlos.
Enquanto Justin Bieber, a criança mais chata do show bis, anuncia sua aposentadoria, Roberto continua firme numa atração que, se depender dele, deve durar até o fim dos tempos.
Rumando para a edição número 40, o programa é símbolo de duas coisas, uma ancestral e outra moderna: a ressaca do dia 25; a irrelevância, hoje, dele e da Globo. No ano passado, RC marcou 28 pontos de média no Ibope, batendo em 10 nos piores momentos. Em 2000, chegou a mais de 40.
É como assistir a um funeral em praça pública. Um cantor de 72 anos fazendo o mesmo de sempre, cantando as mesmas coisas de sempre, para um público que diminui e diminui. E ainda com a exposição de suas manias e do TOC.
De acordo com a Folha, ele queria um clima de Oscar. Encanou com a cacofonia do nome do lugar onde haverá a gravação, a Cidade das Artes (“das ar”, “azar”). Queria entrar de carro no palco, como acontece em alguns de seus shows, o que não foi possível porque não há acesso no teatro.
Erasmo Carlos apareceu de preto, com seu figurino tiozinho Harley Davidson. Roberto, como se sabe, só admite o azul ou o branco. Erasmo explicou que não tinha outra roupa. Ganha uma calça Tremendão quem acreditar nisso. Erasmo deu uma trolada bonita no amigo.
Ele receberá convidados como Lulu Santos, Tiago Abravanel, Anitta e a atriz Tatá Werneck, além dos DJs que fizeram “Remixed”, uma coletânea de versões emasculantes de hits de RC, pretensamente lançada para uma audiência mais jovem.
Todo artista tenta se rejuvenescer. É uma questão de sobrevivência.  RC já tem mais de 50 anos de estrada e, se ainda dependesse somente das ex-adolescentes dos anos 60, estaria frito. Mas o que seu programa mostra, vivamente, é um artista caquético de corpo e espírito. Uma espécie de Norma Desmond, a ex-estrela do cinema mudo de “Crepúsculo dos Deuses”, que tinha um chimpanzé para lhe fazer companhia e vivia num mundo à parte. “Eu sou grande. Os filmes é que ficaram pequenos”, dizia ela, em sua piração decadente.
A única razão para ver o especial de Natal de RC é testemunhar o fim de um mundo. Agora, mesmo para isso, teria de ser um final apoteótico, algo que valesse a pena. Não é. Uma sugestão seria ele anunciar sua aposentadoria. Como isso não vai ocorrer, o programa vai minguar lentamente até que o último chimpanzé se lembre de que tem mais o que fazer e desligue a televisão.
Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.


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1 Comentários

Anônimo disse…
roberto não para porque gosta do que faz ,ele já esta consagrado em todos os sentidos,é conhecido até mundialmente,maior vendedor de discos aqui no brasil,américa latina e até no exterior.ganhou muitos premios .é um dos artistas no qual vários cantores regravam suas canções ,não é p/ qualquer um chegar ãos 72 anos de vida fazendo shows aqui no brasil e exterior,fazendo sucesso e permanecer na mídia até hoje.vc fazer um sucesso c/ uma música só é fácil o dificil é permanecer todo esses anos no sucesso ,mídia e trabalhando em shows.ele nem precisa gravar cd novo sua história é consagrada,seus fãs são milhões tem até jovens.ele na opinião de alguns pode estar ultrapassado ,mas ninguem jamais vai ultrapassalo em tudo que ele fez.todos especialistas sabem que nos dias de hoje só temos lixo músical,qualquer um faz um rabisco e se diz cantor e compositor e as vezes pagam jabá p/ ir em algum programa e ter suas músicas tocadas no rádio.quando alguem for dizer besteiras do roberto primeiro veja a sua história em todos esses anos.