Por Andrew Quinn
WASHINGTON, 31 Dez (Reuters) - A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, foi internada em um hospital de Nova York no domingo com um coágulo sanguíneo ligado a uma concussão que ela sofreu neste mês, informou o Departamento de Estado em um anúncio que deve alimentar especulações sobre a saúde de uma das figuras políticas mais conhecidas dos Estados Unidos.
Hillary, 65, está fora dos holofotes públicos desde meados de dezembro, quando segundo autoridades ela sofreu uma concussão após desmaiar devido a um vírus estomacal contraído durante uma viagem à Europa.
"Com o exame hoje, os médicos da secretária Clinton descobriram que um coágulo sanguíneo havia se formado, derivado de uma concussão que ela sofreu há várias semanas", disse no comunicado o porta-voz do Departamento de Estado Philippe Reines.
"Ela está recebendo tratamento com anti-coagulantes e está no Hospital Presbiteriano de Nova York para que possam monitorar a medicação nas próximas 48 horas", disse Reines. "Eles vão determinar se será necessária mais alguma ação."
Autoridades norte-americanas disseram no dia 15 de dezembro que Hillary, que cancelou uma viagem ao exterior por causa do vírus estomacal, sofreu uma concussão depois de desmaiar em virtude da desidratação.
Desde então, eles disseram que seu estado de saúde tem melhorado e rejeitaram boatos de que o caso era grave. Esperava-se que ela retornasse ao trabalho nesta semana.
A doença de Hillary Clinton, que já foi alvo de muita especulação política, forçou a secretária de Estado a cancelar seu depoimento ao Congresso no dia 20 de dezembro, sobre um relatório feito após o ataque ao posto diplomático dos EUA em Benghazi, na Líbia.
O ataque se tornou assunto de acalorados debates políticos antes da eleição presidencial norte-americana, em novembro, e legisladores republicanos exigiram repetidamente que Hillary respondesse as perguntas pessoalmente.
Os dois principais assessores de Hillary prestaram depoimento em seu lugar sobre o ataque de 11 de setembro em Benghazi, que matou o embaixador norte-americano e três outros cidadãos do país, além de ter levantado questões sobre a segurança em os postos diplomáticos da nação.
Alguns comentaristas republicanos sugeriram que Hillary estava tentando evitar perguntas desagradáveis sobre o assunto, o que foi fortemente negado por autoridades do Departamento de Estado.
Hillary Clinton salientou que permanece pronta para testemunhar diante dos legisladores neste mês, antes de renunciar, como planejado, perto do momento em que Obama iniciará seu segundo mandato, no fim de janeiro.
Depois de perder por pouco a indicação do partido democrata para Obama, em 2008, Hillary é constantemente classificada como a mais popular integrante de seu gabinete e mencionada como possível candidata à Presidência em 2016.
Problemas médicos mais sérios podem jogar uma interrogação sobre seus futuros planos, embora ela tenha feito referências frequentes a sua boa saúde.
Nos quatro anos desde que ela foi surpreendentemente escolhida por Obama para posto de maior diplomata dos EUA, Hillary quebrou recordes de viagens ao lidar com crises imediatas, incluindo Líbia e Síria, e tentou gerenciar desafios de longa data, como as relações norte-americanas com China e Rússia.
Ela manteve uma agenda desgastante de viagens, e foi diagnosticada com o vírus depois de uma viagem que a levou à República Tcheca, à sede da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em Bruxelas, Dublin e Belfast, onde teve sua última aparição pública, em 7 de dezembro.
Autoridades anunciaram no dia 9 deste mês que ela estava com o vírus estomacal, o que forçou o cancelamento de uma viagem ao norte da África e ao Golfo Pérsico, que incluía uma escala em Marrocos para uma reunião sobre a Síria.
Hillary tem repetidamente dito que só pretendia participar de um mandato, e assessores afirmaram que ela deixaria o cargo em algumas semanas, assim que um sucessor for confirmado pelo Senado.
Obama nomeou em 21 de dezembro o senador John Kerry, o democrata que chefia o Comitê de Assuntos Exteriores do Senado, para a posição de secretário de Estado.
(Reportagem adicional de Jilian Mincer e Sharon Begley)
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