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Trump sofre três derrotas em menos de 24 horas


Além da contestação no seu partido, o presidente é criticado pelos defensores do programa de saúde promulgado por Barack Obama


Voto sobre legislação que revoga Obamacare adiado para hoje. Democratas garantem que não confirmarão escolha do presidente para Supremo. Devin Nunes criticado.

O presidente Donald Trump enfrentava ontem as consequências de três revezes em outras tantas frentes relacionadas com alguns dos temas mais fortes na agenda da sua campanha. Em primeiro lugar, a legislação para substituir o programa de acesso à saúde aprovado por Barack Obama, que estava a ser fortemente contestado por setores dos republicanos, considerando que a nova lei não vai suficientemente longe no desmantelamento daquele programa conhecido como Obamacare.

Durante a tarde de ontem, representantes do setor republicano crítico da nova lei e o líder da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, estiveram reunidos, tendo o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, dito posteriormente estar tudo encaminhado para uma votação da nova lei, a ter lugar algures durante a noite de sexta-feira (madrugada de sábado pela hora portuguesa). O que acabou por não suceder, apesar de uma tentativa de última hora em que o próprio Trump recebeu os representantes republicanos do House Freedom Caucus, que defendem uma menor intervenção do governo e do Estado na sociedade. O argumento central da sua oposição à nova legislação é o de que esta não passa de "um novo programa governamental", que obrigaria as pessoas terem seguros de saúde para terem acesso a cuidados médicos, referia na conta de Twitter Steve Pearce, que integra o Freedom Caucus.

Para ser aprovada, a lei impulsionada por Trump não poderia ter mais de 21 votos contra dos republicanos, ora era certo que, pelo menos, 30 representantes se tinham declarado dispostos a votarem contra, assim como todos os democratas - ainda que por razões diametralmente opostas.

Uma nova votação estava agendada para hoje de manhã, mas o verificado ontem não deixará de ser interpretado como uma derrota de Trump, revelando a existência de agenda próprias no interior do partido pouco ou nada dispostas à conciliação com as políticas do presidente e suas prioridades. Isto significaria que algumas das promessas eleitorais de Trump poderão ficar por concretizar, o que não deixará de influenciar o comportamento da base de apoio do presidente.

Segunda frente em que Trump sofreu ontem danos colaterais, deveu-se à atuação do presidente da comissão da Câmara dos Representantes para os serviços de informações, Devin Nunes, acusado de ter atuado de forma imprópria na questão das alegadas escutas ordenadas por Obama a Trump.

Nunes comunicou diretamente ao presidente, além de ter afirmado publicamente, que mensagens entre os elementos da equipa de transição de Trump, que ele própria integrava, foram intercetadas pelos serviços de informações dos EUA. Segundo o principal democrata na comissão, Adam Schiff, primeiro, Nunes devia ter-lhe comunicado a ele e à comissão os dados de que tomou conhecimento antes de se referir a estes de forma pública ou, algo imperdoável para o democrata, os ter comunicado à Casa Branca. Para Schiff, "o facto de colaboradores do presidente serem parte da investigação, é inadequado e, infelizmente, põem em causa a credibilidade de [Nunes] para supervisionar uma investigação independente". A líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi, não hesitou em chamar a Nunes "um bufo" e "lacaio" de Trump.

O responsável da comissão dos serviços de informações apresentou desculpas aos restantes membros daquele órgão, procurando justificar a não transmissão da informação disponível por esta não estar ainda na sua posse em termos materiais. "Só procurei explicar o que eu vi e ele [Trump] tem todo o direito a tomar conhecimento dessa informação".

Se não é de esperar a demissão de Nunes, o sucedido não deixará de ser agora martelado pelos democratas para minar a reputação de alguém que é, de facto, bastante próximo do presidente.

Finalmente, no importante plano do processo de confirmação do juiz escolhido pelo presidente para completar a composição do Supremo Tribunal, Neil Gorsuch, soube-se ontem que três senadores democratas anunciaram a intenção de votarem não à sua confirmação.

Gorsuch necessita de 60 votos para a confirmação e os republicanos só têm 52 eleitos no Senado. Um dos democratas a manifestar a intenção de votar contra Gorsuch foi Chuck Schumer, que era considerado como suscetível de se pronunciar favoravelmente, segundo fontes republicanas ontem citadas em diferentes media.

Mais previsivelmente, Bernie Sanders, que foi candidato às primárias democratas contra Hillary Clinton, anunciou que votará contra Gorsuch, além de Bob Casey, senador da Pensilvânia, que, por algumas das suas posições, não estaria distante de Gorsuch.

A não conseguirem os 60 votos necessários, os republicanos dispõem de um instrumento legal para confirmarem Gorsuch - a mudança das regras da votação por maioria simples, ou seja, 51 votos. Gorsuch seria confirmado, mas, mais uma vez, teria sido necessário recorrer a opções extremas.









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