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Postado em 10 Mar 2017


Cássio Cunha Lima e Michel  Temer: populistas em obra alheia
Cássio Cunha Lima e Michel Temer: populistas em obra alheia

Michel Temer acha que encontrou uma saída inteligente para quando confrontado com o desprezo que os brasileiros lhe devotam.
Ele prefere ser “impopular a populista”. Foi o que disse à Economist numa matéria — de resto, muito fraca — em que ele é chamado de “presidente acidental”.


O raciocínio de MT, se é que podemos chamar assim, é uma evolução do que ele já vinha apregoando sobre sua “coragem” ao tomar as necessárias “medidas impopulares”.
O café com pão de queijo em que Nizan Guanaes sugeriu-lhe se orgulhar de ser um banana de que ninguém gosta teve esse desdobramento.
Ora, você precisa ser um completo imbecil — ok, isso não falta — para acreditar nessa inversão. O sujeito conspira, mente, organiza um golpe patrocinado pelos suspeitos de sempre, compra um Congresso corrupto e posa de valente.
A negação de ser populista não casa, além de tudo, com sua agenda. Fosse verdade, Michel não iria, por exemplo, à inauguração de obras que não são suas.
Na sexta, dia 10, ele marca presença no Eixo Leste da transposição do rio São Francisco.
As cidades a ser visitadas são Sertânia, em Pernambuco, cujos habitantes não são passíveis de ser enganados, segundo o prefeito, e Monteiro, na Paraíba.
A coisa teve início em 2007 e deveria terminar em 2012, ao custo de R$ 4,5 bilhões. Ficou o dobro, mas saiu.
O PSDB tenta tirar sua casquinha. Alckmin esteve lá se jactando de como foram importantes as adutoras da Sabesp. O coronel Cássio Cunha Lima fez selfies com Michel em janeiro.
Que tipo de governante, senão um populista, pronuncia algo como “quero ser o maior presidente nordestino” do Brasil, como MT fez em Maceió?
Se não se importasse com o fato de ser tão popular quanto um par de Crocs, não se daria ao trabalho de inaugurar nada e se concentraria em sua especialidade de décadas, que é trabalhar nas sombras pelos interesses próprios e de sua quadrilha.
A esperança é tentar carimbar seu nome e o dos sócios naquele concreto com objetivos eleitorais e ver se navega naquelas águas.
Washington Luís já havia cravado que governar é abrir estradas. O legado de Michel Temer é a ponte para o futuro que vai dar num muro.
Dessa obra, curiosamente, o golpista impopular não fala.
Sobre o Autor
Diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo. Jornalista e músico. Foi fundador e diretor de redação da Revista Alfa; editor da Veja São Paulo; diretor de redação da Viagem e Turismo e do Guia Quatro Rodas.


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