Fonte:
REUTERS/RODI SAID
No combate ao grupo Estado Islâmico, os curdos têm sido apoiados pelos Estados Unidos. Acordo coincide com uma reaproximação da Rússia com a Turquia
As forças
curdas da Síria vão receber treino militar da Rússia na sequência de um acordo
concluído entre as duas partes, indicou hoje o principal grupo curdo armado no
país do Médio Oriente, em guerra desde 2011.
"É o
primeiro acordo do género" entre as forças curdas sírias e a Rússia,
aliada do regime de Bashar al-Assad face aos movimentos rebeldes e grupos
'jihadistas', precisou Redur Xelil, porta-voz das Unidades de Proteção Popular
(YPG), citado pela agência noticiosa France Presse (AFP).
"Na
sequência de um acordo concluído ontem [domingo] entre as nossas forças e as
forças russas que operam na Síria (...), vamos receber treino sobre as táticas
modernas de combate", acrescentou.
O treino
deverá iniciar-se "em breve num campo em Afrine", na província de
Alepo (norte), precisou Xelil. O mesmo responsável disse ainda que as forças
russas já estão presentes em Afrine, um dos três cantões curdos semiautónomos
na Síria.
Esta
cooperação "é um passo positivo no quadro da luta contra o
terrorismo", assinalou.
No combate
ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), os curdos têm sido tradicionalmente
apoiados pelos Estados Unidos.
O anúncio
deste acordo coincide com uma reaproximação da Rússia com a Turquia, que tem
apoiado os rebeldes e se opõe às reivindicações autonomistas das populações
curdas desta região, que se estendem até ao norte do Iraque e sudeste turco,
para além do oeste do Irão.
Ancara
considera as YPG curdas da Síria -- braço armado do Partido da União
Democrática (PYD), com assento no parlamento de Damasco --, uma
"organização terrorista", à semelhança do Partido dos Trabalhadores
do Curdistão (PKK, a principal formação dos curdos da Turquia).
A guerra na
Síria, que se iniciou após a repressão de manifestações antirregime em março de
2011, já provocou mais de 320.000 mortos. A situação no terreno complicou-se
com a emergência de diversos grupos 'jihadistas' e o envolvimento de potências
regionais e internacionais.
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