O governo golpista se vale da sua maioria parlamentar para entulhar a agenda com suas propostas antidemocráticas, de retrocessos, de desmonte do Estado, de violação dos direitos dos trabalhadores, de recuo nas políticas sociais. Aquelas do teto dos gastos públicos e a referente ao pré-sal são prioridades, que tocam diretamente a redistribuição de recursos no orçamento em detrimento das políticas sociais e dos salários, e ao processo de privatização da Petrobras.
Mas, ao lado delas, o governo
golpista afoitamente toma decisões complementares, sem gerar as condições
mínimas de sua viabilização. A reforma do ensino médio é particularmente
desastrada, porque implementada mediante uma medida provisória, alterando
profundamente a estrutura do ensino, sem discussão, sem argumentos, bem ao
estilo autoritário da direita.
Mas o governo pode se dar mal, ao
tocar num tema tão sensível à sociedade, que interessa aos professores, aos
estudantes, aos pais dos alunos e a todos os brasileiros em geral, pelo papel
que a educação tem na vida de todos.
A própria reação imediata dos
estudantes secundaristas serve como mostra de que o tema pode funcionar como
rastro de pólvora, para mobilizar a amplos setores contra a medida provisória
de reforma do ensino médio. Em um estado conservador como o Paraná, rapidamente
centenas de escolas foram ocupadas pelos estudantes, em cerca de 10 cidades do
estado, pela revogação da medida, acompanhada do tradicional Fora Temer! O
movimento foi acompanhado, em seguida, pela greve da combativa APP (Associação
dos Professores Paraná), colocando em pé de guerra todo o setor educacional do
Estado contra a iniciativa do governo golpista.
Em outros estados foram se produzindo
também as ocupações das escolas pelos estudantes secundaristas, confirmando a
capacidade de propagação do movimento para o conjunto dos estudantes, inclusive
os universitários, que em vários estados já realizam também ocupações.
Ocupações que desenvolvem atividades de aulas, de vídeo conferências, de atos
culturais, esportivos, de reforma e preservação das escolas.
A reforma do ensino médio que o governo tenta impor pode, assim, sair pela culatra. Pode ser a primeira grande derrota do governo golpista. A medida provisória tem vigência imediata, embora o governo já esteja protelado a posta em prática das medidas para o próximo ano. Mas a medida tem que ser aprovada pelo Congresso em 120 dias, senão perde validade.
A reforma do ensino médio que o governo tenta impor pode, assim, sair pela culatra. Pode ser a primeira grande derrota do governo golpista. A medida provisória tem vigência imediata, embora o governo já esteja protelado a posta em prática das medidas para o próximo ano. Mas a medida tem que ser aprovada pelo Congresso em 120 dias, senão perde validade.
Esse é o prazo que se tem para
mobilizar a sociedade, nos seus mais amplos setores, para ter efeitos sobre as
bases de apoio dos próprios parlamentares, acusando aos que apoiaram a medida
de "inimigos da educação no Brasil". É possível levar a que a medida
seja rejeitada ou não seja aprovada no prazo devido, conduzindo a política
educacional retrógrada do governo e o próprio governo a uma primeira grande
derrota. Vale a pena aceitar esse desafio.
Fonte:
Deixe o seu comentário clicando no balãozinho no topo da postagem próximo ao titulo.
0 Comentários