Luis Nassif
É
interessante contrapor o artigo do diretor de redação da Folha, Sérgio Dávila,
sobre a pós-verdade com o carnaval montado pela imprensa em torno da redução do
preço da gasolina. É do nível dos piores factoides montados na última década.
Se fosse
para valer, a redução atropelaria todo o programa de ajuste da Petrobras, cujo
endividamento cresceu justamente devido ao achatamento dos preços dos
combustíveis.
Mas é um
mero factoide.
Na prática
significará uma redução de 0,05 ponto percentual na inflação anual. Ou seja, se
a inflação prevista for de, digamos, 5,55%, a redução dos combustíveis a
baixará para 5,5% - estatisticamente irrelevante.
Na bomba, a
redução possivelmente nem será repassada ao consumidor final, tão ínfima que é.
Aliás, com a alta nos preços internacionais do petróleo, qualquer norma de bom
senso indicaria um reajuste para cima.
Em cima
dessa falsa notícia, as manchetes dos jornais esmeram-se em divulgar as
seguintes consequências:
1. Os
jornais dizem que pela primeira vez em quase uma década, caem os preços da
gasolina.
2. A redução
dos preços ajudará o Banco Central a derrubar a Selic. Sem medo do ridículo.
3. O governo
diz que, apesar do imenso alarido em torno da redução do preço do combustível,
ele não precisará aumentar impostos para compensar esse estrondoso reajuste.
Só uma
enorme bolsa-mídia para sujeitar toda a imprensa a um ridículo dessa ordem.
Fonte:
ÚLTIMOS CONTEÚDOS GGN
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