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Por O Dia - Gustavo Ribeiro


Crise vem à tona um mês depois de o governo ter queimado 300 toneladas de remédios e insumos hospitalares vencidos

Pensionista com o pagamento atrasado, Ângela Maria Braga se desesperou sem o remédio do filho
Alexandre Brum / Agência O Dia - 23.04.16
Pensionista com o pagamento atrasado, Ângela Maria Braga se desesperou sem o remédio do filho



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Com o pagamento do Estado atrasado por causa da crise financeira, a pensionista Ângela Maria Braga, de 56 anos, fez um ‘bico’ na última terça-feira (19), na zona sul do Rio de Janeiro. Saiu de lá depressa para chegar no horário marcado à Farmácia Estadual de Medicamentos Especiais, a Rio Farmes, na Cidade Nova, onde busca remédio sem custo para o filho, doente renal crônico. Depois de meia hora na fila, ela se desesperou ao saber que a medicação está em falta. “Meu filho tem 23 anos e faz hemodiálise. O que acontece se ficar sem o remédio? Ele morre, né?”, desabafou.
O filho de Ângela é um entre milhares de portadores de doenças crônicas e raras do Rio de Janeiro e que estão sendo prejudicados pela falta de diversos remédios no centro de distribuição do governo. Há pelo menos seis meses, existem pacientes com outras doenças graves enfrentando o mesmo problema. Para a maioria, ter ou não a medicação é caso de vida ou morte – cerca de 70 mil pessoas dependem desse serviço.
A pensionista terá de se endividar para comprar o Alfaepoetina injetável, medicamento utilizado no tratamento de anemia causada por insuficiência renal. O filho de Ângela precisa de oito doses por mês e cada caixa custa R$ 50 nas farmácias comuns.
Em meio a crises de falta de ar, o aposentado Luiz Garcia de Lima, de 82 anos, que tem insuficiência respiratória, vai à unidade da Rio Farmes em Duque de Caxias e, desde novembro, volta para casa sem o composto de Formoterol e Budesonida. Na última terça-feira, o idoso resolveu ir à Cidade Nova para checar se lá tinha o remédio. Foi à toa.
“Quando agrava a crise, vou ao posto de saúde, tomo injeção, faço nebulização. Vou levando assim", explica. O medicamento não está em falta nas farmácias privadas, mas as 60 doses necessárias por mês custam R$ 124 e o cartão de Lima estourou.
A crise na farmácia vem à tona um mês depois de o governo do Rio ter queimado 300 toneladas de medicamentos e insumos hospitalares vencidos, encontradas em fevereiro na Central Geral de Abastecimento da Secretaria Estadual de Saúde, em Niterói. Desde o ano passado, 1 mil toneladas foram inutilizadas pelo mesmo motivo. A Comissão de Orçamento, Fiscalização e Controle da Assembleia Legislativa do Rio apontou que o Estado gastou quase R$ 3 milhões para incinerar todo o material.
Pacientes relataram ainda que estão em falta, na Rio Farmes, remédios para esquizofrenia, retocolite ulcerativa, lúpus e hipertensão arterial pulmonar (HAP). Portadora desta doença, a aposentada Erly Almeida, de 66 anos, não recebe seu vasodilatador desde fevereiro. “Nunca dão previsão." As filhas ajudam a comprar o remédio, que custa R$ 500 por mês. 
Pacientes usam redes sociais para pedir doações
Portadora de lúpus, a moradora de Nova Iguaçu Marcelle Fassini, de 32 anos, conseguiu pegar o Hidroxicloroquina pela última vez em novembro na farmácia. O remédio evita crises da doença, que causa inflamações em vários órgãos. Desempregada, ela não tem condições de custear o tratamento.  “Quando consigo comprar, tomo metade do comprimido para uma caixa durar dois meses”, diz. Sem a medicação, ela fica debilitada, com dores no corpo e acamada.
Marcelle viu em grupos de pacientes com lúpus no Facebook a saída para obter seu medicamento. Pessoas que têm remédios sobrando em outro Estados fazem doações pela internet. Há regras no grupo: é proibido cobrar para enviar os fármacos e é necessário postar foto da receita médica dentro da validade.
Presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj), Pablo Vazquez vê a prática com bons olhos, desde que sem fins comerciais, mas diz que os prazos de validade devem ser observados. Ele se preocupa com a situação da Rio Farmes. “Essa situação é lamentável, porque a descontinuidade do medicamento agrava a saúde das pessoas", afirma.
Erly Almeida:
Alexandre Brum / Agência O Dia - 23.04.16
Erly Almeida: "Marcam data para ir buscar o remédio e, quando chegamos, dizem que acabou"






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Estado não adota medidas emergenciais para os casos
A Secretaria Estadual de Saúde informou que o pregão eletrônico para compra de Sildenafil 20 mg, para hipertensão arterial pulmonar, fracassou devido aos valores ofertados estarem acima do estimado. O processo passará por nova licitação em breve, mas não foi informada previsão.
Sobre o Alfaepoetina 4.000 UI, para doentes renais, a secretaria esclareceu que o remédio estará disponível na próxima semana. Já o Formoterol 12 mcg + Budesonida 400 mg, para insuficiência respiratória, está em fase final de aquisição. A Hidroxicloroquina 400 mg, para lúpus, tem previsão de entrega para os próximos dias.
A causa da escassez desses três medicamentos não foi esclarecida, nem a quantidade total de pessoas afetadas. O Mesalazina 400 mg, para problemas intestinais, está em falta pela mesma razão do Alfaepoetina. Segundo a pasta, o Olanzapina 10 mg, para esquizofrenia, chegou quarta-feira (20) na Rio Farmes da Praça 15. Pessoas atingidas pelo problema muitas vezes recorrem ao núcleo da Defensoria Pública com o laudo e prescrição médica. Medidas judiciais podem ser adotadas e para mais informações o telefone é o 129.
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